Ai que saudade que eu sinto lá da serra
Do rio rasgando a terra, da casinha e do luar
De manhãzinha o cantar da passarada
Revelava em revoada que o sol ia chegar
E o sol brilhava com a cantiga que se ouvia
Uma doce melodia em forma de oração
E eu, menino, olhava o céu e agradecia
A natureza que sorria, minha terra, meu sertão
Voa longe, pensamento
Que a saudade fere de matar
Vai meu sonho, diz pro tempo
Que eu não vejo a hora de voltar
Me dá saudade de lembrar da cachoeira
Sob a sombra da paineira eu ficava a namorar
E apaixonado cortejava a natureza
Que criou tanta beleza, colorindo o meu olhar
Hoje a tristeza tomou conta da alegria
Quando a noite se faz dia sinto frio o coração
Felicidade era tudo o que existia
Fui feliz e não sabia, eu vivia no sertão