Quando a tropa ta no pouso
E o boi berra sestroso
É prenuncio de ala cria
Se voar um passarinho
A boiada escoura o ninho
Feito talho na sangria
No tinido do alambrado
Cheira então chifre queimado
Num rumor direito a grota
Um tremor se faz na terra
Qual tambores numa guerra
Num estouro de uma tropa
Fica feio este entrevero
Quando não tem um tropeiro
Nem um prateado de lua
Vai trompando a noite escura
E na boca uma amargura
Num adeus para a chirua
O chapéu vai bem na testa
E pro índio só o que resta
É o pingo nessa hora
Num sinal então da cruz
Proteção pede a Jesus
E também Nossa Senhora
De cavalo na espora
Vê um mundo que se atora
Na pechada de um turuno
No relincho da guampada
Vem a morte sentenciada
Na sangria de um lobuno
Já não sou mais um tropeiro
Porque o tempo caborteiro
É qual vento que galopa
Te confesso meu compadre
Pois te digo sem alarde
Hoje é eu que sou a tropa