Havia céu e sol na correnteza,
Brilhinhos chuviscando a natureza.
Nos peraus e pedras negras havia
Uma lua, branca ave sem ser fria.
Não havia dúvida nem certeza
Apenas rioflor, risos de pureza.
Certamente canção de noite e dia,
Certamente uma fábula que havia.
E olhos de outras águas, de lei renhida,
Rosto de sofrido sol, de sombria
Lua, decididamente haveria
Vendo vidrinhos em antiga dança,
Prata da noite em superfície mansa
Reinventando o mistério da vida.