A vida é roda de moinho
Eixo de ipê e pá de pinho
Que gira e vira sem parar
E volta pro mesmo lugar
Pra nossa vida de cantor
Às vezes dão pouco valor
Mas dedilhar uma viola
Jamais se aprende na escola
Calo de dedo de bordão
Não se consegue num refrão
É muita corda, é muito aço
Até que a mão dói de cansaço
Quem sabe um dia a gente encontre
O rumo de uma outra ponte
E então atravessando o rio
Consiga um chão bem mais macio
Meu companheiro de jornada
Se chegue e ouça essa toada
Me faça um verso de goiano
Pra essa viagem de cigano
Viver de se fazer canção
É igual amar mulher ingrata
Num dia acende o coração
Depois preteja feito prata