Cai a noite na cidade
Seres se transformam
Nas ruas, pessoas sem rosto
Poetas sem poesia
Atordoado, pedindo socorro
Vago aqui e ali
Sobre olhares que fingem remorso
Ou saudades que nunca senti
E a noite prossegue lenta
Tanto assusta quanto atrai
E a noite prossegue lenta
Te devora enquanto te distrai
É de noite na cidade
Corpos estão em transe
Indefinidos sexos
Sede, suor e paixão
Demasiadamente humano
Demasiadamente voraz
É a vida que se apresenta
Sempre acima do bem e do mal
Mas é noite na cidade
É noite, é noite
E a noite prossegue lenta
Tanto assusta quanto atrai
E a noite prossegue lenta
Te devora enquanto te distrai