Tenho o poder de me multiplicar
De ser plural em toda ocasião
Ser eu mesma platéia e artista
Concertista e instrumento de valor
Ser canção e ser quem canta
Festa e dor
Sou o que brota e o que consome
Canção pedra bruta que a voz não dá nome
Torpor insone de paz ancorada
Palavra rimada
Cenários azuis
Posso fazer o que o canto ordenar
E ser atriz, saber dançar
Ser meretriz e me guardar
Num encerramento ou numa estréia
Plebéia-aristocrata, fariséia
Por fingimento ou por amor
Derramo as minhas almas
Crente e atéia