No vidrado subtil
Do azul do azulejo
Eu me tinjo em teu anil
Eu te vejo e te desejo
Nas linhas do teu perfil
(Eu me tinjo em teu anil
Eu te beijo e te desenho
Nas linhas do teu perfil)
Eu esbocei o teu croqui
Com saliva e aguarela
E na tela eu descobri
Sem a roupa, a tua pele
É quase como um biscuit
(Descobri quando despi
Que sem roupa, a tua pele
É quase como um biscuit)
Essa tez fez-se (um) verniz
Na tua nudez de época
Retocada a pó de giz
Em tua pose perpétua
Não és pedra por um triz
(Retocada a pó de giz
No teu brilho madrepérola
Não és pedra por um triz)
(O) teu batom fez-me Drácula
Nas sardas a via láctea
Perfeita sem uma mácula
De mármore, assim linfática
Vou esculpir a tua estátua
(Perfeita sem uma mácula
Prometi, jurei a Fátima
Vou esculpir a tua estátua!)