Toca vida fulminada
Toca casa leiloada
To caindo
Tocas cordas do violão rebentadas
To caçando uma atitude pra tomar
Não tem nem água
To cavando e plantando sementes
Pra adubar com mágoas
To caimbrolando
Toca policia atrás de mim
To cachinando das desgraças
Se ainda se pode rir
Tocata, tocarola, tocandira, tocainará
Tocaia, tacadura tocadela
Toca cueca furada
Toca meia desfiada
Toca camisa rasgada
Toca calça emprestada
Toca vida fulminada, e daí? Quem se importa?
Ninguém quer saber se eu tenho um pai vivo ou uma mãe morta
Ninguém quer saber se o meu barraco tem janela e porta
Ou seu eu ponho na entrada uma taboa velha e torta
Toca, toca, toca
Vida louca, muito louca
Vida oca vida
Pouca vida e muita perdição
Dessa vida eu nada levo
E nela eu levo um nada todo dia
Correria gritaria putaria
Abaixa a arma
Chega de vida louca
Não adianta mostrar o ferro e me mandar calar a boca
Só da meus vale-transportes, meu “pisante”, e minha toca