No cimo daquele outeiro
Debruçado, um castanheiro
Morre de sede e fadiga
Erguendo os braços ao vento
Dando a visão do tormento
Sobre uma rocha inimiga
Perdeu as folhas, coitado
Tão sequinho, tão mirrado
Fogem dele os passarinhos
Pois mesmo em noites suaves
Não pode abraçar as aves
Nem pode embalar os ninhos
E um ramo de hera viçosa
Que vive, sempre amorosa
Ao velho troco segura
Abraça o pobre velhinho
Cada vez com mais carinho
Cada vez com mais ternura
Ó hera que não dás flor
Teu coração, para amor
Deve ser igual ao meu
Singela planta que eu amo
Jamais se esquece do ramo
Onde uma vez se prendeu