Teus olhos são negros, negros
Como as noites sem luar
São ardentes, são profundos
Como o negrume do mar
Sobre o barco dos amores
Da vida boiando à flor
Doiram teus olhos a fronte
Do gondoleiro do amor
Tua voz é a cavatina
Dos palácios do sorrento
Quando a praia beija a vaga
Quando a vaga beija o vento
E como em noites de Itália
Ama um canto o pescador
Bebe a harmonia em teus cantos
O gondoleiro do amor
Teu amor na treva é um astro
No silêncio, uma canção
É brisa nas calmarias
É abrigo no tufão
Por isso, eu te amo, querida
Quer no prazer, quer na dor
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do gondoleiro do amor