Por favor quero falar
Através deste bolero infame
Como é triste adoecer
Hepatite, comprovou o exame
Como é doce comer
Marmelada, goiabada
Minha cama é meu parque
Com um belo olhar de luz
Amarelo feito pus
Folheando Aurélio Buarque
Já não sei se isto é bolero
Ou é tango mas eu quero
A minha dor expressar
Será que vou empacotar
Oh que asneira o que digo
Pois enfrento outro perigo
Onde anda minha Andressa?
O doutor Dirlei é tão legal
Mas abstinência sexual
Dá coceira na cabeça
Estou um homem sem ação
Esquálido cidadão
Cataplasma conformado
Quero um fígado emprestado
Mas se Deus tá me chamando
Faço que não tô escutando
Vou viver mais um bocado