A vida passa lenta pros irmão aqui da vila
Apesar da correria é bagulho noite e dia
Fumaça na escadinha, roda de chá, resenha
Mil fita, mil problema, cada qual com seu dilema
Humildade aqui é senha
A postura aqui é chave
Abre corações e portas
Pra quem é malandro bom
De qualé do esquema
Só quem é sabe
Se embaça as Tornado
É estouro vilão
Foge! Corre!
Se pegar
Não adianta tu chorar!
Grita! Xinga!
Pra humilhar
Quem resiste vai tomar!
Soco! Chute!
Borracha!
Terror no psico pra te amedrontar
E se não há nada
Podem implantar
Pra te segurar, incriminar!
Na Vila Operária não é facil
Como é lá na Vila do Ouro
Aqui a opressão come solta
Minha boca sentiu esse gosto
Agredido por homens da lei
Na terra dos reis do minério
Que por tudo que sabem que sei
Procuram minhas pratas e um ferro
Cuspidores de chumbo
Não digerem meus versos
Meus versos são o meu mundo
Que é imundo e também perverso
Deixe que me façam de assunto
Mineiro eu sou, como quieto
As vezes meio confuso
Vivendo eu crio o universo
Tô sempre na estrada com o Gordo de X
Falando de grana, mulher, ser feliz
Bolando mil planos junto com Vitão
Fumando outros tantos com vários irmãos
Diversos momentos de reflexão
Ficando de cara com a podridão
Do ser humano em seu coração
Maldade que mata minha fé, meus irmãos
A elite fascista te quer no caixão
Dinheiro de droga é igual maldição
Funciona o sistema e seu plano de ação
A grana é do povo, mas o poder não
Na Vila Operária não é facil
Como é lá na Vila do Ouro
Aqui a opressão come solta
Minha boca sentiu esse gosto
Agredido por homens da lei
Na terra dos reis do minério
Que por tudo que sabem que sei
Procuram minhas pratas e um ferro
Matam pelo que querem
Tudo pelo ter
Aquilo que defendem
É pra se manter
No poder
E ver nós sofrer
A dor do sofredor
Pra eles traz prazer
Sou como você, nêgo
Só mais um
Luto pra sobreviver sendo
Só mais um
Fumando outro basé dizendo
Só mais um
Nesse mundo de migué esse é
Só mais um
Rapaz comum
Intenso e tal
Caminhando entre
O bem e o mal
Sutil, fugaz
Talvez banal
Vou do imoral
Ao ilegal
Meu som vagal
É de vilão
Contra o autoritarismo
E o seu patrão
Na contramão
Da imposição
Cantando minha palavra
De libertação
Na Vila Operária não é facil
Como é lá na Vila do Ouro
Aqui a opressão come solta
Minha boca sentiu esse gosto
Agredido por homens da lei
Na terra dos reis do minério
Que por tudo que sabem que sei
Procuram minhas pratas e um ferro
Na Vila Operária não é facil
Como é lá na Vila do Ouro
Aqui a opressão come solta
Minha boca sentiu esse gosto
Agredido por homens da lei
Na terra dos reis do minério
Que por tudo que sabem que sei
Procuram minhas pratas e um ferro