Olha ele aí
O homem do colarinho branco
Nadando em dinheiro
Ele foi pro estrangeiro
Pra comprar um banco
Ele apronta, ele faz o que quer
Porque pra ele nunca pega nada
Descarrega no imposto de renda
Comprando fazenda na Baixada
De vez em quando ele inventa
Que uma de suas agências faliu
Quando alguém quer saber o motivo
Ele diz "a clientela sumiu"
Quando a coisa fica preta
Ele arma a mutreta
E foge do Brasil
Ele desce do carro posudo
E um peixe miúdo vem lhe bajular
Tem mais de vinte mansões
Ninguém sabe como mas deixa rolar
É que o homem é peixe graúdo
Pode comer tudo
Que não vai dançar
Agora vai o pobre
Tentar fisgar um pedaço de pão
É grampeado
E jogado no aquário
Pra virar isca de tubarão