O bonde que passava na rua onde eu morava
Passando foi levando, um tempo que passou
O bonde tão saudoso, de tantos estribilhos
É hoje uma saudade que andava sobre os trilhos
O bonde que transportava madame perfumada
E a pobre lavadeira ao seu lado sentava
Doutores, operários e colegiais
Pequenos jornaleiros que vendiam seus jornais
Dim - dim - dim - dim - dim - dim
Dim - dim - dim - dim - dim - dim
O bonde transportava o povo que cantava
Canções de lamartine, de ary e de noel
Eu guardo na lembrança aqueles carnavais
Que foram com o bonde e não voltam nunca mais
O condutor do bonde, seguro ao balaustre
Amarrotava o terno do passageiro ilustre
E aquele “faz favoire” em voz tão cordial
Dizia que ele era nosso irmão de portugal
Dim - dim - dim - dim - dim - dim
Dim - dim - dim - dim - dim - dim
Casais de namorados, no banco lá de trás
Sonhavam no seu mundo de amor e paz
O povo reclamava e havia confusão
Se a light aumentava a passagem num tostão
O bonde mais “granfino” metido a bonde nobre
Cruzava com “taióba” que era o primo pobre
O bonde é uma história, um tempo que passou
O bonde foi passando, o bonde acabou...
Dim - dim - dim - dim - dim - dim
Dim - dim - dim - dim - dim - dim