A coisa mió do mundo
Pra um pião que tem gosto
É um macho bem arriado
Ligeiro e bem disposto
E um chapéu de aba larga
Lenço xadrez no pescoço
E buscá boiada braba
No estado de Mato Grosso
Eu tenho meu macho baio
Que só me fartá falá
Está arriado a capricho
Pra hora de viajá
Quem tem um baio como este
Só tem uma coisa à pensá
É jogá o laço nas guampa
E deixá o macho tenteá
Quando eu aperto a barbela
Do meu chapéu mexicano
O meu baio já percebe
Que a hora está chegando
E dá três sarto pra cima
E já sai galopeando
Não há baguá que escape
Destes cascos leviano
Conheço Ponta Porá
Bela Vista e Murtinho
Conheço todas as fronteira
Por onde eu andei sozinho
Já dancei no Paraguai
Que é nosso país vizinho
Lá conheci uma morena
Que me tratou com carinho
Quando eu parti de Murtinho
O macho saiu suspirando
Pra fazê me dá saudade
De alguém que foi ficando
Uma linda paraguaia
No rancho tava chorando
O baio adivinhou
Que meu bem ia ficando
Mas o baio me obedece
E dalí saiu marchando
O meu lenço de xadrez
Já tinha as ponta abanando
Tirei o trinta da cinta
Saiu da capa estourando
Alembrei de uma paulista
Que estava me esperando
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)