Zico da trova e suas rimas
Velha ou nova manda de prima
As melodias vem da cachola
Das pinicadas em sua viola
Sempre tocando só alegria
Quem seu sorriso não conhecia
Hoje estranho triste ruído
Sorto viola peito moído
Num belo dia aconteceu
Moça rosinha ele conheceu
Moça apanhada se encantou
Zico da trova se apaixonou
Moça Rosinha sabia bem
Que aquele moço tinha um harém
Mas sem pensar o prometeu
Meu coração é todinho seu
Brilho nos olhos é todo dia
Nem se cabia tanta alegria
Mas bem que dizem a felicidade
É tiro curto sobra saudade
A vida ensina também caleja
Gente a gibeira bardeia inveja
E o violeiro não soube nada
Moça rosinha foi cobiçada
Um dia disseram seu Zico da trova
Tá sendo enganado tire sua prova
Moço ricaço que tudo tem
Tá tendo Rosinha te logra também
Seu Zico da trova enlouquecido
Ficou a espreita orgulho ferido
Quem muito procura sempre encontrou
Zico da trova se desencantou
Seus olhos que viram sangue ferveu
A sua Rosinha um bilhete deu
Escondido de tudo pro moço rico
Bem escondido menos de Zico Zico
Em silencio puxou da peixeira
E o ricaço saiu na carreira
Moça Rosinha empalideceu
Com afinco no peito Rosinha morreu
Seu Zico da trova matou sua Rosinha
Num triste domingo de tardezinha
No chão jogado ele encontrou
Mardito bilhete que ele pegou
Naquele papel estava a sentença
Da moça Rosinha e sua inocência
Escrito miúdo pra Zico o fim
Com poucas palavras dizia assim
Senhor ricaço me deixe em paz
O seu cortejo não quero jamais
Eu já sou rica tenho meu bem
Só amo o Zico e mais ninguém