Quando anoitece, o céu cinza escurece
No cruzeiro resplandece o semblante de estresse
Muita coisa acontece, mesmo até quem não merece
Pecador ou não padece na cidade que enlouquece
O que me favorece é o som que sai do diskman
Gastando sempre prata em pilha no momento eu tô sem
Maluco eu vou além quando o fone tá ligado
No olocausto capital permaneço tranquilisado
Neutralizado, na sedução de ondas sonoras
Analisando escravizado pelas horas
Trabalhadores sejam senhores ou senhoras
Servindo sempre quem explora a espera da nova aurora
Dias de outrora, acreditando que viram transpiração pelo cifrão
Na noite quente de verão
Eu sobrevivo na cidade sem massagem
Acompanhando a partida do sol em cima da lagem
No planeta de passagem, mas quem pode tá a passeio
Com dinheiro a vida é bela mas sem ele o mundo é feio
Anseio e receio, no cenário do sereno
Viciados na viela, na vontade do veneno
No clima ameno, poétá metropolitano
Olhar de cada cidadão, inspiração pro verso insano