Passa a cana
Passa o vento
Olha o arvoredo,
E sente o chão queimar.
Vim de longe
E vou sem medo
Faço os meus rodeios
Pra te encontrar.
Vivo um pouco pra depois
Não me canso de esperar.
Pela estrada sigo, cego
O meu caminho
Em verso livre
Peço mar.
Vejo areia desfazer,
Se espalhar em meu sol
Que traz o entardecer.
Tanto tempo a te esperar.
Chão de terra, atalho, rio
Leva o meu caminho
Enterra os segredos do mar.
Tempo passa
Vida passa
O medo
Solto o seu cabelo
E solto a pensar.
Vim de onde?
Dou um jeito,
Levo junto ao peito
Som de meu lugar.
Quem será você, nós dois?
Grito pra não sufocar.
Pela estrada sigo, cego
O meu caminho
Em verso livre
Peço ar.
Roda, roda, roda e vê
A poeira baixar.
E aquele amor morreu,
Tanto tempo a te esperar.
Chão de terra, atalho, rio
Leva o meu caminho
Enterra os segredos do mar.
Mas a viola é companheira
Que não dá rasteira,
Não me deixa amar.
Prefiro ser cego pra não ver
Onde ela vai me levar.