Não quero mais me segurar dentro de mim
Aceita logo esse fardo
De ser quem não se quer, que teimosia
Para de julgar tudo que sai naturalmente do seu peito
Tenta entender como é bonito o que vem sem querer
Sem genialidade nem ar de blasé
Sai dessa nóia que isso aqui não é um ringue
É só ter suingue e sentimento
Pra quê me atormentar quando eu cantar
Se eu nasci pra cantar, eu sei
Só respirar
Pra quando a beleza me olhar
Sonhar e não ter medo de então me despir
E quando o samba chegar
Talvez não seja um samba do guinga e do aldir, mas é meu
Nem adianta eu ler poemas do drummond
Nasci artista bastardo
E quando dou por mim
Rezo baixinho
Pra chorar nervoso e expurgar toda agonia que eu senti
Sendo esse pária que eu pari
Tô por aqui e eu quero mais é viver
Vou é viver
Composição: Jean Charnaux e Alberto Americano