A paisagem da janela não está mais no quadro.
As paredes não servem de suporte para a escalada,
são apenas brancas...
No salão, o elefante joga –
joga cartas –
sob uma suave luz vermelha,
porém, pela porta, passa uma tromba,
uma tromba de cada vez.
Ontem foi dia o dia todo,
mas o sol cansou de se pôr.
Agora fica parado na posição do chá das cinco.
A lua não pára, foge de um rato
Que a acompanha em uma asa delta
No quarto escuro todas as cores formam o arco-íris,
No quarto claro, apenas sete.
O poeta, o palhaço e o mendigo
Saem do sanatório pra jogar com o elefante
Numa sala apertada, onde só não dói ser louco.
A cavalaria de cavalos-marinhos sobe as escadas
E flutua em bolhas de sabão
Até onde o céu encontra o mar.