Mostraram-me um dia na roça dançando
Mestiça formosa de olhar azogado
Com lenço de cores nos seios cruzados
Nos lóbulos da orelha pingentes de prata
Que viva mulata por ela o feitor diziam:
Que andava perdido de amor
Que em torno das léguas da vasta fazenda
A vê-la corriam, gentis amadores
E os vivos galantes de finos amores
Abrindo seus lábios de viva escarlata
Sorria mulata por quem o feitor
Nutria quimeras de sonhos de amor
Um dia encontraram na escura senzala
Um catre da vela mucama vazio
Embalde recortam viradas do rio
Embalde a procuram nas sombras da mata
Fugira mulata por quem o feitor
Se foi definhando perdido de amor