Cada passo que dei ou não dei,
cada gesto que fiz ou não fiz,
cada sonho que tive ou terei,
cada esperança que eu nunca quis,
tudo se compos na colina
que escalei ou pensei escalar,
na vertigem da minha existencia,
na inconstancia do meu caminhar.
Hoje eu já nem sei se existiu
a imagem que trago no olhar,
se fui eu mesmo quem sentiu
decidiu que é preciso sonhar.
Quantos caminhos vencidos
pra chama não se apagar,
me perdendo no fundo de mim,
procurando motivos pra continuar.
Então eu vou, sozinho eu vou,
tanto lutei
pra noite não envelhecer,
que não notei que a noite cai
pro dia amanhecer.