Na cidade de Avaré
Esse fato aconteceu
Num grande circo rodeio
Quando lá apareceu
Junto veio um redomão
Que peão não conheceu
Um milhão arrecebia
Quem quebrasse o encanto seu
Seu dono mesmo falava
Não é por ele ser meu
Peão pra quebrá esse potro
Até hoje não nasceu, ai
Esse tal potro era arto
E tinha sete parmo e meio
Tinho um pelo bem escuro
E os dois olhos vermeio
Parecia até o demônio
Embaixo de um arreio
Se sentisse arguém no lombo
O macho pulava feio
Ninguém aguentava os pulo
Era mesmo um bombardeio
Só de ouvir falar no potro
Os peão tinha receio, ai
Muitos bão adomadô
Tinha visitado o chão
Mas um dia apareceu
Um misterioso peão
Falô pro dono do potro
Hoje eu quebro esse pagão
Vô deixar ele cortado
Se o senhor não faz questão
O dono então respondeu
Eu não creio nisso não
É só depois que eu vê
Eu digo que ocê é bão, ai
O rapaz ficô nervoso
Com o que tinha escutado
Sartô em cima do potro
Mesmo sem ser arriado
O macho se estremeceu
Na hora ficô azangado
Pulava de todo tipo
O peão tava agarrado
Quando o potro se acarmô
Estava tudo retaliado
O lugar que ele parô
Sangue ficô empossado, ai
Este fato se passô
Num domingo de tardinha
Homenageando o peão
Fizero até uma festinha
Perguntaro onde morava
Da onde é que ele vinha
Eu moro na redondeza
Da cidade de Pardinho
Perguntaro o seu nome
E a idade que ele tinha
Tenho apenas vinte anos
Sou filho do Ferreirinha