Viola veio de Minas
De uma vila singela
no brilho da turmalina
nos olhos de uma janela
no cheiro da tangerina
rosa de flor amarela
Quando a viola suspira
tudo suspira com ela
Veio de ouro mais claro
tranca de linha mais fina
colcha de belos retalhos
copo de agua de mina
vozes cortando o atalho
vento no pe da colina
quando a viola delira
tudo delira com ela
Veio de canto mais calmo
laco de prata na cela
canto de bom camarada
eito de roca de milho
eta viola encantada
lua no leito do rio
quando a viola admira
tudo admira com ela
Veio de fala macia
vinda do fundo da goela
fala de fina ironia
de rebeldia a capela
jeito caipira de ser
entre a noite e o dia
quando a viola conspira
tudo conspira com ela
O medo vira safira
nos olhos frios da fera
todos veroes que a vida
nao vira pra quem espera
quando a viola catira
tudo catira com ela
verdade vira mentira
verao vira primavera