Era uma noite enluarada
bem no pico do verão
E o danado coração
resolveu pregar uma peça
Nunca fiz uma promessa
nem rezei pra santo nenhum
mas foi naquele zumzumzum
que deu-se o milagre da moça
Eu, cobra criada
me afogando numa poça
Mas não era poça não
era um lago colorido
rodeado de vistido
parecendo uma boneca
Bonequinha tão sapeca
jogava bolinhas pra baixo, pra cima
um diaxo de minina
virada no capeta
Girava, rodava, dava pirueta
era um circo inteiro numa mulé só
E foi ai que deu o nó
A malabarista encantou o palhaço
mas fez o nó virar um laço
que nem sapato mal amarrado
era so andar, pisar e ja tava separado
Faz medo nao
eu carrego ela comigo,
esse presente disfarçado de castigo
vai embora, mas ha de voltar
que é pra gente se encontrar
eu ja sei o que eu faço
Desamarro aquele laço
junto os dois e dou um nó
Ai sim! Eu e ela, um só
Dum jeito que todo mundo sabe como é
ela viciada em cafuné
eu viciado em fazer carinho
o palhaço cantador
e a menina passarinho.