Eu dou valor
À mão que prepara o terreno
Para a chuva e o sereno
Molhar o chão
E como não
Há regra sem exceção
Dá-se a boa gota d’água e a plantação
Flora, brota, cresce e frutifica
E o lavrador dá o duro
E duro ganha o troco
E muita gente enrica
E eu fico na maior felicidade
Quando a tecnologia e a ciência
Trazem benefícios a humanidade
Mas por outro lado
Eu fico “p” da vida
Gago e até fanho
Com a selvageria da mídia
As vezes alienada
E até doida varrida
Eu não acho a mínima graça
Em ver a poesia arte
Proibida na praça
E apesar
Da dita mole que já foi dura
Saudades dos 60
E dos anos 70
De tanta musa
E o produtor musical
Era o pai de Cazuza
Um cara maneiro
Que um dia quis ser cantor
E até hoje canta no banheiro
Canta no chuveiro
(Por Ayrane Lino)