Grão de Areia
(Plínio Oliveira)
É quando num instante eu posso ver
Estrelas infinitas no céu
Meu coração se eleva às alturas
Como se o Universo fosse eu
Então volto ao mundo
É quando o sol parece esconder
Tesouro purpurina no mar
Estendo a mão numa inocência pura
Tocando uma pintura que não há
Então volto ao mundo
E nesse instante eu sinto me perder
Com o pensamento num turbilhão
E chego a imaginar que não sou nada
Como um grão de areia na imensidão
Eu passo a vida, passo pelo tempo
Me levam os dias como folha ao vento
Mas já não cabe em mim a agonia de não saber
O que afinal me dizem as estrelas?
O que queria Deus ao concebê-las?
Quem somos nós?
Estamos a sós?
Será por nada?
Será?