O mato alto e cheio de orvalho
Que tem no atalho onde passa
O roceiro,
Tem perfume da relva em porções de gotinhas
São águas benzidas por nosso SENHOR
Que esteve na terra nesta madrugada
Preparando o dia para o lavrador
Agora no leito ainda molhado
Num serviço forçado
Mas feito com amor
Tal qual a noite que derrama o orvalho
Ele em seu trabalho derrama o suor
O Sol vem nascendo tão resplandecente
Para todos iguais neste gesto de amor
Bebe lentamente o sereno nas folhas
E em troca de tudo, oferece calor
Oh, DEUS de bondade todo onipotente
Abençoa a semente que vai para o chão
O caboclo confia na mãe natureza
E tem a certeza de colher o pão
Esta é a vida do homem da roça
Suas mãos grosas e da pele escura
Não tem ansiedade medo e vaidade
Não e como a gente que esta na cidade
E a lida no campo faz a vida mais pura
À tarde tão calma e a noite chegando
DEUS vai colocando o sertão pra dormir
O roceiro oferece um ponteio de viola
O céu agradece e gosta de ouvir
À noite em silêncio cheia de segredos
Ele abre a janela pra ver o luar
Depois adormece nos braços da amada
Feliz esperando outro dia chegar.