O universo era franzino e cabia em sua voz.
O seu corpo também era mas abrigava veredas.
Tatuagens recobriam seus braços tão longos
qual serpentes tatuadas sobre outras peles:
Cynthia, Daddy, traços rudes em divino corpo;
Seios fartos, ferradura, coração no ombro, postos.
Qual nação, precisamente, nos cabelos ou rosto?
Ache-me, estou por ai
não sou cigana de hoje nem medieval...
Ache-me, que estou confusa
nesta cidade desperta – sobrenatural.
Parecia mesmo árabe ou até hindu
sem o ponto encarnado entre olhos navalhas.
A marca ali no canto, lábio polpa a esquerda.
Que sinais mais neste corpo que cantava assombros?
Que valiam palco, luzes, microfones, palmas?
É uma azaléia esgotada entre fios múltiplos
e aparelhos sem som para a voz galáctica?
Toque-me, sob os lençóis
pois sou a imagem querida do que em mim se corroi;
toque-me: minha alma viva naquilo mais doce em mim
e que me constrói.
Toque-me...