Durante uma noite inteira de inverno,
Erma e sombria, caminhava eu pelas ruas da cidade sem vida.
O véu negro da escuridão noturna cobria os céus,
Mas não a lua, que iluminava o caminho.
Pensamentos tristes oprimiam-me o espírito,
Juntamente com a solidão sepulcral da noite profunda.
O silêncio parecia eterno,
Quando o ressoar dos sinos chegaram-me aos ouvidos,
Anunciando a meia-noite.
No mesmo instante,
Revelou-se ao meu lado o vulto negro de um gato.
Enorme, de solidíssima beleza,
Com pêlo negro brilhante ao luar,
Veio a mim fazer companhia.
Olhava-me ele com olhos brilhantes,
Parecendo lançar-me um feitiço,
Parecendo querer se apossar de meu espírito,
E de meus sentimentos mais obscuros.
Caminhava ele em passos lentos, como eu.
Caminhava ele em imortal solidão.
Seguia-me os passos, ele, o lúgubre gato,
Em uma caminhada incessante, que muito me irritava
Assim, continuei caminhando e, assim, continuou vagando o gato durante horas,
Como eu.
Então comecei a segui-lo,
Porque ele estava querendo que eu o seguisse,
Então, ja começando a achar uma tolice,
Seguir um gato,
Chegamos eu um cemitério.
Ele passou facil por entre os portoes,
Eu tive que pular.
Enfim, ele parou.
E Eu vi a minha frente uma lapide.
Com meu nome...