Você diz: “Não foi nada”!
Mas o vermelho-sangue tingiu nossa estrada!
O seu corpo já morto
Pesou sobre o meu uma tonelada...
Os bombeiros chegaram, a tragédia já estava consumada.
Você diz: “Não foi nada”!
Mas as almas se ergueram além da madrugada...
Sua língua sedenta lambeu num repente
Minha orelha amputada.
Tua voz transformou-se num canto já débil, lamúria macabra!
E eu, às gargalhadas,
Te transformo em lembrança e em preces veladas.
O tremor em suas mãos denuncia o medo
Da morte anunciada.
E depois dessa noite sou eu quem te digo:
“Não foi mesmo nada”!