Tudo!
Sou tudo e tudo me convém
sou o que não pertence a ninguém
Tenho vivido sempre à conta-gotas
Sou pouco mais que as minhas próprias roupas
Sou nada e nada me convém
vivo sem amigos, sem amém
Sou o que ficou sem a manada
deixado à morte, à emboscada
Vivo sempre apaixonado
por isso tenho sido arrastado
Sou tudo que é proibido
sou ateu, sou banido, sou bandido!
AAhh!
Sou o resto de comida no seu prato
o que ficou grudado no guardanapo
A mancha sobre a toalha branca
eu sou tudo aquilo que te cansa
Sou o que de pior existe em mim
Por princípio, sou o fim!
AAhh!
Sou o que se alimenta do seu medo
o que não te agrada no espelho
o que te aflige de madrugada
o medo das suas próprias pegadas
eu sou o sangue na estrada escura
eu sou a mais cruel das criaturas
Sou o que de pior existe em mim!
Eu sou o fim!