Despida-se da ignorância
Encravada em sua entranha
No sangue do inocente a intolerância se banha
Uma fé que divide, só agride, ninguém ganha
Não move nem uma palha, quem dirá uma montanha
Que verdade é essa que cê expressa em sua crença
Que na verdade te engessa em aceitar a diferença
Traz doença e e desavença, dando um tiro no pé
O mundo sedento de amor mas
Cheio de fiscais da fé
Não me venha falar como é
Como eu devo me comportar
Se eu trago amor comigo
Eu não devo é me preocupar
Como vestir, com quem andar
Como agir, como falar
Minha igreja não tem parede
E se erguer vou derrubar
Caia por terra o preconceito
E o conceito de segregar
Exerçam seus direitos
Mas não deixem de se amar
O que Deus uniu o homem hostil teme dividir
Mas a fé que habita em mim
Respeita a fé que habita em ti
Quantas coisas você deixa de viver, de sentir
Por preconceituar, rotular e desunir
E aquele lindo coração infantil, onde ficou?
Que não fazia distinção de raça, credo nem cor
Era puro amor, sem as maldosas lentes de adulto
Ao invés de evoluir, regredimos todo minuto
Ela era do cadomblé e por incrível que pareça
Em nome de uma tal de fé
Levou pedrada em sua cabeça
Quero poder sentir o a mais
Navegar por outros mares
E voltar pro próprio cais
Quero poder sentir o a mais
Me enxergar no meu irmão
E meu irmão me trazer paz
Quero poder sentir o a mais
De mãos dadas nas estradas
Porque juntos somos mais
Mas você fechou a porta e não quis me atender
Eu tinha tanto a oferecer
E eu falo por mim
A fé não é virtude se ela agride
Se ao invés de agregar, ela segrega, ela divide
Pra mim não interessa de que jeito você reza
De que igreja, de que centro, de que templo
Prefiro ver o exemplo
Humildade é o básico, olhar no olho é mágico
Quando eu me vi no próximo eu senti
Que eu tava quase conseguindo
Te enxergar de coração
E ser humano é ser humano
E mano pra mim é irmão
Então escolha seu caminho
Independente disso eu valorizo vosso brilho
Me dá um abraço quando a gente se encontrar
Desejo coisa boa pra que o amor venha habitar
Namastê, hari bol, saravá
Da paz de Deus, na paz de Jah, na paz de allah
Na paz de Jesus cristo, na paz de oxalá
Como você queira chamar
Quero poder sentir o a mais
Navegar por outros mares
E voltar pro próprio cais
Quero poder sentir o a mais
Me enxergar no meu irmão
E meu irmão me trazer paz
Quero poder sentir o a mais
De mãos dadas nas estradas
Porque juntos somos mais
Mas você fechou a porta e não quis me atender
Eu tinha tanto a oferecer