O sistema plantou sangue pra colher corpo no chão de humilde,
Quem vê cara não vê coração é triste,
No lixão mano que procurava comida,
Cansou de comer resto imundo e podre das famílias,
Dos banqueiros, dos doleiros, donos de cassinos,
Pra se tornar outro psico assassino,
Gerente de biqueiro outro seqüestrador que,
Explode miolo de vítima sem rancor enfim,
Outro humilde que apenas sonhava,
Com a família em paz no barraco de tábua,
Com os filhos na creche do bairro brincando no parquinho,
Sem ter que sonhar com o pai trancafiado no presídio,
Só fui apenas mais um que quis sair do inferno,
Sem depender da esmola do programa fome zero,
Mas não, outra madame vai chorar pelo sangue,
De mais um filho que se exibia no choque de Mustan,
Pelo América Nexpress sem limite clonado,
Ou pelo marido encontrado carbonizado caralho,
Pra mim só restou música de bala na agulha,
Seu carro e seu ouro ainda é pouco espatifando nunca,
Vem conferir por que o monstro não tem compaixão,
Por que é sangue e não mercúrio de televisão,
Sua oração não vai fincar cadáver no chão,
Quem vê cara não vê coração.
Refrão:
O sistema plantou sangue pra colher cadáver no chão,
Quem vê cara não vê coração,
O sistema plantou sangue pra colher cadáver no chão,
Quem vê cara não vê coração, quem vê cara não vê coração.
É embaçado olhar ao seu redor e não enxergar,
Do jeito que a novela mostra tudo de vista pro mar,
As pessoas na calçada bebendo água de coco,
Champanhe com morangos, lagosta no almoço,
Vagabundo aqui é puro ódio incontrolável,
Tipo aqueles que jogam bola com a cabeça cortada no pátio,
Do jack ou do inimigo de outra facção,
É sem perdão ou em outra fuga da rebelião,
Só sou mais um que cansou de esperar pela fé,
Que engrossava a estatística do Ibge,
Não sei o que é Windows e nem Microsolft,
Só sei o que é gatilho de Usi pra abrir cofre,
Chega, Pm mata favelado afogado na lama,
Troco de merda cria o inferno por óbito e fama,
Vem de Blazer de Pt no morro estilingue,
Perto das Hk 47, Granada e dos Rifles,
E indústria russa pra tremer a viatura,
E receber premiação de bala na sepultura,
E é só sangue e cadáver metralhados no chão,
Quem vê cara não vê coração.
Refrão
Não tenta ser herói quando eu gritar é um assalto,
Dá as chaves, os documentos, o Citroën Picasso,
Não pensa em mokear o celular nem reagir,
Ou seus filhos vão chorar no cemitério do Morumbi,
Do que adiantou cerca eletrificada,
Câmera pela casa, segurança armada,
Escolta pra levar e te buscar na ginástica,
Mordomo pra limpar seu rabo quando você caga,
Me diz se aqui na selva de pedra refém pra nós é lucro,
Roubos por segundo pra polícia anti-furto,
Ficar de pernas pro ar enquanto pedimos pedágio,
Enquanto furamos sem dó as latas do blindado,
Ladrão eu não nasci em berço de ouro e é o seguinte,
Só tive como escola a rua e o mundo do crime,
Quem que cresce num universo como esse sem virar,
Psicopata e tente te matar então,
Vem conferir por que o monstro não tem compaixão,
Por que é sangue e não mercúrio de televisão,
Sua oração não vai fincar cadáver no chão,
Quem vê cara não vê coração.
Refrão.