O suor escorria na testa
E eu tremia de nervoso
A minha vida era analisada
Com um ar de menosprezo
O silêncio corroia a minha alma
E eu me sentia uma barata
E, de repente, uma voz senil
Aniquilou minha auto-estima
Um senhor alinhado me olhava
E babava o seu cinismo
E eu ali, precisando de um trampo,
Demonstrando bom-mocismo
As palavras pareciam giletes
E cortavam minha alma
E eu me sentia o mahatma ghandi
Praticando a não-violência
O seu currículo é bom
Mas você vai ter que rastejar!!
Beija meu pé e rola no chão
Que a vaga é sua, meu rapaz!!
Quanta humilhação!!
Ghandi, me dê sua mão!!
Saí puto daquela entrevista
E sentei no banco da praça
Vi um mundo inteirinho podre,
Infestado de baratas
Baratas engenheiras, Baratas office-boy
As baratas recusadas no infame mundo-cão