Sente o mundo, observa tudo á tua volta.
Tanta cara sorridente numa evidente revolta,
Laços gastos pelo tempo fazem-me querer voltar.
Preservo a vontade e a coragem pra lutar.
Perdido no que sou, em que devo acreditar,
Esquecido pela razão dou cartas á imotividade.
Percebo hoje o que é preciso para respirar verdade.
Justiça prometida marca ausente a sociedade.
Sinto que pessoas são sombras,
E sombras não sentem,
Frases de conforto não chegam porque não compreendem.
Poder-me sentir completo, nem que fosse uma metade,
Pintar a tua força, pelo amor que me invade.
E que me faz sentir...
Farto de tanta gente que me quer iludir,
Farto da poeira que me querem impingir,
Farto de milhares de caras e nenhuma sentir...
Farto do que não sei...
Farto do que já sei...
Farto do que não sou,
Do que não sou...
Ás vezes sinto quebro, resta-me tão pouco,
Originalmente culpado, confundido como louco.
Sabe pouco tudo o que conquistei até aqui,
Sabe pouco ter a táça, mas não te ter a aqui.
Dou por mim a flutuar, em versos sem razão,
Dar ouvidos ao certo, quando me chama o coração.
Acaba por ter lógica o que perdi por ter lutado,
Peço desculpa por tudo,
Só não posso ficar parado.
Despeço-me do comum e parto rumo á minoria,
Marcar a diferença passa a ser ordem do dia.
Calem-se todas as caras, eu faço o que quiser,
A vida é minha!
Vivo-a como me apetecer.
Tapa os ouvidos,
Escondem-se sombras á minha frente,
Desapareçam todos os sopros, porque eu sou consistente.
Não posso ser tudo,
Até posso nem ser nada...
Mas sou muito para muita gente..