Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita
Mas tanta beleza também pode se acabar
Se você disser que eu desafino, amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é bossa nova, isto é muito natural
O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha rolley-flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados
Também bate um coração
Você viu só que amor
Nunca vi coisa assim
E passou, nem parou
Mas olhou só pra mim
Se voltar, vou atrás
Vou pedir, vou falar
Vou dizer que o amor
Foi feitinho pra dar
Olha, é como o verão
Quente o coração
Salta de repente para ver
A menina que vem
Ela vem, sempre tem
Esse mar no olhar
E vai ver, tem de ser
Nunca tem quem amar
Hoje sim, diz que sim
Já cansei de esperar
Nem parei, nem dormi
Só pensando em lhe dar
Peço, mas você não vem, bem!
Deixo então, falo só
Digo ao céu, mas você vem
Você viu só que amor
Nunca vi coisa assim
Que passou nem parou, mas olhou só pra mim
Se voltar, vou atrás
Vou pedir, vou falar
Vou dizer que o amor foi feitinho pra dar
Olha, é como o verão
Quente o coração
Salta de repente para ver a menina que vem
Ela tem, sempre tem, esse mar do olhar
E vai ver, tem de ser, nunca tem quem amar
Hoje sim, diz que sim, já cansei de esperar
Nem parei, nem dormi
Só pensando em lhe dar
Peço, mas você não vem
Vem!
Deixo então!
Falo só
Digo ao céu
Mas você vem