Você estava na calçada, engravatado de problemas.
Eu não nasci pra coisa de espionar pela janela.
Eu olho pelo teto, enxergo muito mais,
Minha grade é mais segura,
Não vou olhar pra trás.
Meus ratos dominam meu quarto empoeirado.
Por mais que eles queriam, não saio do seu lado.
Eu ando na avenida, e vão me atropelar,
Olho pra trás com medo, mas eu não vou gritar.
Sabe quem está lá quando abrem seu caixão?
Vá mandá-lo embora, coisa que não há razão, não!
Eu subo e desço a escada, estou preso no porão,
E desde sempre eu acho que estou na contra-mão.
Ninguém vai ver!