E pela barca que voa no céu,
Que as crianças ainda brincavam
Eu teria dado o mar inteiro
Apenas para ver-me ali chegar.
Pelo poeta que não pode cantar
Pelo operário que perdeu seu trabalho
Por quem tem 20 anos e está morrendo
Em um deserto ou numa pocilga
E por todos os meninos e meninas
Que defendem um livro, um livro verdadeiro
Tão bom gritar na praça
Porque estão matando o pensamento.
Para o desgraçado que está sempre ao sol,
Para o covarde que esconde o coração,
Pela nossa memória jogada ao vento
Por estes senhores da dor.
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor sempre
Que esta maldita noite
Deverá terminar
Porque nós a encheremos
De música e palavras.
Chama-me o amor outra vez
Chama-me o amor sempre.
Neste sonho cruel
Entre o silêncio e o trovão
Defenda esta Humanidade
Ainda que reste um homem apenas.
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor sempre.
Porque as idéias são como borboletas
Que não pode retirar as asas
Porque as idéias são como as estrelas
Que não lhe apagam os temporais
Porque as idéias são vozes de mãe
Que acreditávamos ter perdido
E são como o sorriso de Deus
Neste Universo de cuspe.
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor sempre
Que esta maldita noite
Deverá terminar
Porque nós a encheremos
De música e palavras
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor sempre.
Continue escrevendo a vida
Entre o silêncio e o trovão
Defenda esta Humanidade
Que é tão verdadeira em cada homem
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor sempre
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor sempre.
Que esta maldita noite
Deverá terminar
Porque nós a encheremos
De música e palavras
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor sempre.
Neste sonho cruel
Entre o silêncio e o trovão
Defenda esta Humanidade
Ainda que reste um homem apenas
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor outra vez
Chame-me o amor sempre
Porque nós somos o amor.