De nós que diga o mar como deixámos
O cais certo do medo, à descoberta
E como nos perdemos e achámos
Em cada atol, cada ilha deserta
De nós que diga o vento que voámos
Com asas que nasceram da vontade
E conte aos que vieram, como ousámos
Desafiar a própria liberdade
De nós que diga a vida que a vivemos
Sem nos perder em estéreis desatinos
Que a nossa históia foi a que escrevenos
Por nossas mãos, obreiras de destinos
De nós que diga o tempo que foi pouco
P’ra tanto mais que havia por fazer
E o mundo que nos olhe como loucos
E diga, amor, de nós, o que quiser