Quanto mais a gente cresce, bem menor a gente fica
Quanto mais a gente ama, mais se aproxima o sofrer
Mas que fazer se são das dores do mundo
Que fazemos o alicerce do viver?
Sobrevivi, dilacerei
Orgulho do rei, punhal na mão
Sobrevivi, dilacerei
Orgulho do rei, punhal na mão
E assim provinciano era meu sorriso
Prefácio de um poeta que eu sonhava ser
Fui fazendo versos, fui rimando a vida
Me dando sem pensar em nada receber
Das minhas mãos aflitas fiz a paz mais pura
Do meu canto tristonho fiz um rouxinol
Mas acabou meu sonho a vida veio dura
Eu vi que um sol maior não é um tom menor
Aí caí no mundo como o mundo gosta
Com o sorriso à mostra e o punhal na mão
Dilacerei meus versos e não mais sonhei
Me fiz combatente, orgulho do rei
E hoje mergulhado sobre essa certeza
Que pena que me dá de assim ter que ser
Guardar marcas na alma mas trazer na face
A fúria do processo de sobreviver
Sobrevivi, dilacerei
Orgulho do rei, punhal na mão
Sobrevivi, dilacerei
Orgulho do rei, punhal na mão