"Alô, é da rádio?
Eu queria pedir uma música e
Dedicar pra minha vizinha
E pra uma galera ai
Que anda se preocupando demais com a vida alheia"
"Vamo acorda dona maria que
A filha do vizinho do 380 já tá chegando do frevo
E o marido da vizinha do 307
Tá quebrando o pau bêbado, é desse jeito"
Garrafas vem e vão embora
Vazias, como a vida de quem me vigia
Vê as "pinga" que eu tomo se esquece dos meus tombos?
Foda-se! O que eu tomo, o que eu consumo
Sou eu quem pago
A vista anda cada vez mais raro
Sou otário e pago caro
Em maço de cigarro que se fosse juntar comprava um carro
Vicio que ainda possui espaço
Mas prefiro a outra fumaça que faço
Pass me the liquor
Nessas horas todos, amigos
Prefiro meus vícios no meu ninho
Lá, cobra eu não crio
Minhas ondas não sofrem com el ninõ
Ambiente controlado, calmo e sem perigo
A noite chega e a brisa, de sua passageira, hospedeira
Bem vista, vestida de sexta, de arqui-inimiga
Da segunda feira ei, me deixa
Que hoje a unica queixa vai ser quando acabar a seda
Ai se esgota, garrafas vem e vão embora e segunda vê se demora!
A noite cai e traz com ela, a incerteza no ar
Vida breve, breve brisa que me faz viajar
Ficar de boa, de boa
Não de toca, não é tristeza essa lagrima no olhar
Só quero mesmo "jow" é curtir um e relaxar
Fugir daqui ir pra qualquer lugar
Onde eu, possa ser eu, sem ninguem condenar
Sem opiniões, contradições, sem grades algemas
Longe da massa cinzenta, da névoa negra no olhar
Do que acelera e traz guerra
Faz meus irmãos se matar
Pisar no freio neguin
De nada adianta
Correr pelo certo do lado errado é muita treta
É como um cego guiando um mudo
Que chora e reclama "prum" surdo
Que finge que entende mas, vive em outro mundo
Confuso diz que tá difícil
Mas desistir nem pensar
E que vergonha é falar que perdeu antes, de lutar
A noite chega e a brisa, de sua passageira, hospedeira
Bem vista, vestida de sexta, de arqui-inimiga
Da segunda feira ei, me deixa
Que hoje a unica queixa vai ser quando acabar a seda
Ai se esgota, garrafas vem e vão embora e segunda vê se demora!