Já não repara no meu penteado
Já não acha mais graça no que eu faço
Já não vê mais futuro nos meus planos
Que relutando até hoje eu traço
Já não leva o meu café à cama
Meu pijama, se quero, eu mesmo passo
Se lhe deito no colo já reclama
É a dor, é o calor, é o cansaço
Refrão
O que é que houve, o que há
Que será de mim?
Se dando amor não dá pra tê-lo até o fim
Diz que a vida hoje em dia é coisa séria
E pra quem quer brincar não sobra espaço
Que eu devo reabrir os caminhos
Que me levam à régua e ao compasso
Que arrumou uma costureira nova
Almoçou com o dentista dos garotos
Que seu corpo anda enxuto e tão bonito
Eu um velho ela cada vez mais broto
Refrão
O que é que houve, o que há
Que será de mim?
Se dando amor não dá pra tê-lo até o fim
Se amanhã eu disser que almoço em casa
Ela pega e não prepara a comida
Aproveita e dá folga à empregada
E assume sozinha a boa vida
Se eu chego manchado de batom
Não reclama e também não lava a roupa
Diz que o cheiro do fumo e da bebida
Lhe enjoa e assim não me beija a boca
Refrão
O que é que houve, o que há
Que será de mim?
Se dando amor não dá pra tê-lo até o fim