No ronco do caminhão
Meu coração é chão pisado
E quem passou por aqui
Adivinhou o meu pensar
Pra onde foi, pra onde ia
Menino aprendiz de poesia
Adivinhou meu pensar
Oh! Meu pai
Se o teu olhar me benzia
No longo da estrada
Eu logo esquecia
E o teu dizer espera
É cedo pra guerra
Embolou na minha garganta
Não ficarei pra janta
Mas volto algum dia
Oh! Meu pai
Andei, desandei descrente
De tanta fé na gente
Do aço do violão
Que feriu o meu cantar
É que o amor é arma branca
E o desamor pra quem canta
É só uma rima no meu repente
No meu repente...
Voltarei de parabólica
Num beijo de novela
No tom da melodia
Vida sem rumo
Não fica nem espera
No amanhecer de outro dia
É que a viola implora
Pra que eu vá embora
Menino aprendiz de poesia