Seu doutô me dá licença
Pra minha história contá
Hoje eu tô em terra estranha
É bem triste o meu pená
Eu já fui muito feliz
Vivendo no meu lugá
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campeá
Todo dia eu aboiava
Na porteira do curral
Êeeia
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
Eu sô filho do Nordeste
Não nego meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá prá cá
Lá eu tinha o meu gadinho
Nem é bão imaginá
Minha linda vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Quando era de tardinha
Eu começava aboiá
Êeeia
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
Aquela seca medonha
Fez tudo se atrapaiá
Não nasceu capim no campo
Para o gado sustentá
O sertão se esturricô
Fez o açude secá
Morreu minha vaca Estrela
Se acabô meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto eu tinha
Nunca mais pude aboiá
Êeeia
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
Hoje nas terras do Sul
Longe do torrão natá
Quando vejo em minha frente
Uma boiada passá
As águas corre dos zóios
Começo logo a chorá
Me lembro da vaca Estrela
Me lembro meu boi Fubá
Com saudade do Nordeste
Dá vontade de aboiá
Êeeia
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
Êee vaca Estrela
Ôoo boi Fubá
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)