Ela não vê que eu sou um exemplar de macho raro
Um seguidor determinado da monogamia
Ela não vê que a minha vida vira uma agonia
Quando a procuro pro chamego e ela não tá do lado
Ela não lê o lado certo do meu pensamento
O lado aonde sobrevoa um anjinho barroco
Eu passo, lavo, faço a janta, vigio seu sono
E ela me diz na cara dura vendo o meu sufoco
Que meu amor é pouco, que meu amor é pouco
Sou um canceriano calmo como um carrapato
A minha garra quando agarra não larga tão cedo
Tenho medo que ela não sambe com meu samba enredo
Se eu me arredo ela vem deitar na minha rede
Ela não crê que sou um ser humano dependente
E ela é igual pra mim tarja preta pra louco
Eu faço birra, choro, berro, se ela me abandona
E ela me diz tranquila enquanto esmurro o reboco
Que meu amor é pouco, que meu amor é pouco
Pego meu pandeiro e toco coco embaixo de sua janela
Jogo uma rosa amarela, faço um fuzuê
No fundo do seu quintal
Pra ver se ela sai da toca, se ela se toca, se ela me vê
Com olhos de carnaval
Se ela quiser saber como é que eu vou sem ela
Vou mal
Se ela não tá, meu violão se tranca no armário
Se ela não vem, meu coração a saudade consome
Viro resto de fim de feira, carne que ninguém come
Eu viro bicho, eu viro a mesa, eu me viro e durmo
Eu torço até pra que o flamengo ganhe o campeonato
Só pra ver traços de felicidade no seu rosto
Eu fico roxo, eu fico murcho, mas a deixo morta
E ela sussurra em meu ouvido com seu timbre rouco
Que meu amor é pouco, que meu amor é pouco
Pego meu pandeiro e toco coco embaixo de sua janela
Jogo uma rosa amarela, faço um canjerê
No fundo do seu quintal
Pra ver se ela se toca, se ela sai da toca, se ela me vê
Com olhos de carnaval
Se ela quiser saber como é que eu vou sem ela
Vou mal