Lá em casa tem uma menina
Que fala pelos cotovelos
Quando o braço dela se aproxima
É de se arrepiar os cabelos
Ela é uma donzela que excita a tara da humanidade
Com seus seios, sons e telenovelas te algema sem piedade
Lá em casa tem uma cretina
Que fala pelos cotovelos
É tanta notícia da hora em cima
Que é de se arrepiar os cabelos
Ela é uma janela escancarada à publicidade
A que a cidade, de pernas abertas, se empina sem piedade
Eis que caminhando a esmo
pelos mais recônditos canais de televisão
até a mais cética das criaturas é convidada
a acreditar na força providencial das coincidências
Vou ver o mar, ver a vera ao vivo azul
Ouvir falar o som da América do sul
Do sal e o sol
Sair-me, desligar e esquecer você