Vi o céu e o mar correrem nus
Vi a terra molhar de sofrimento
E o luar do sertão
Dando asas ao vento
E o luar do sertão
Clareando lento
Bem-te-vi, Sabiá
E eu passaredo
No alpendre do meu lar
Só a saudade
De beijar teus olhos
De brincar com a vida
De sonhar criança
Com palavras perdidas
Já não posso gozar de juventude
Só me restam lembranças de um corpo são
Vou parando num canto
Enquanto a noite não chega
E o luar do sertão
Dando asas ao vento
E o luar do sertão
Clareando lento