Nesta cave de cimento
Vigésimo quinto andar
Deixou-se de ouvir o vento
Deixou-se de ver o mar
Paredes e mais paredes
Luzes, setas a indicar
Corredores, elevadores
Ninguém me vai agarrar
Eu sou o vento
E um vapor cor de rosa
Entra na circulação
Pelos poros, pela garganta
Dorme, dorme, solidão
Já não sei se é nostalgia
Se é das cenas p'ra dormir
Há quem grame a porcaria
Há quem foda sem se vir
Eu sou o vento
E assobio
E rodopio
E ando do quente pró frio
Eu sou o vento