Sombras
Perdem a forma sobrepostas em união
Na penumbra
Figura se distorce em escuridão
E como ela, eu também me perco na avenida
Entre a luz e a conhecida imensidão
E é nesse momento que eu prezo pelos poucos
E os mesmos que me levantam do chão
Eu tô com uma vontade doida
De encontrar com a minha sombra
E perguntar o que ela sabe sobre nós
E se a saudade tomar conta
Eu procuro alguma coisa
Que vai fazer eu esquecer da minha voz
Quem é esse no espelho?
Eu não sei quem é
Queima os filmes na garagem
Cê não sabe quem que é
Essas fotos são de outro
São de um cara qualquer
Não reconheço nem um pouco
Cadê o rosto, quem que é?
O retrato se perdeu no flash
E agora eu vejo que não entendo o que eu penso
No velho espelho, eu já não me reconheço mais
E todo tempo que eu passei me remoendo
Eu devia ter passado trocando canais
Ouvi dizer que a vida é mais que se acredita
Tem tanta tanta coisa tão bonita
Enquanto a gente busca outra pessoa
A nossa sombra grita e isso ecoa
Por isso nada nem ninguém vai tapar o furo que cê tem
Você mesmo carece de atenção
E é essa autoestima que me leva por caminhos
Sem sentido, só perdido, sem um chão
Eu tô com uma vontade doida
De encontrar com a minha sombra
E perguntar o que ela sabe sobre nós
E se a saudade tomar conta
Eu procuro alguma coisa
Que vai fazer eu esquecer da minha voz
Então eu deixo que minha sombra responda tudo
Que alguém quer de mim
Que me encontre um novo rosto onde eu nunca vi
E eu só peço que essa onda me leve bem pra longe disso aqui
Onde as sombras não me busquem
Onde eu possa sorrir
Então eu deixo que minha sombra responda tudo
Que alguém quer de mim
Que me encontre um novo rosto onde eu nunca vi
E eu só peço que essa onda me leve bem pra longe disso aqui
Onde as sombras não me busquem
Onde eu possa sorrir